Sempre ouvimos e lemos sobre os diversos desafios e dificuldades para exercer com excelência a profissão: professor.
Agora, você deve estar se questionando o que os professores têm feito de errado para que os alunos não se interessem pelo conteúdo e grande parte das notas das avaliações escolares estão abaixo da média. É uma reflexão que muitos de nós atuantes na educação fazemos sempre.
A primeira coisa que devemos entender é que nossos alunos da Educação Básica são de uma geração diferente da nossa, isso caracteriza um perfil diferente e com isso eles possuem outros interesses. Não adiante tentarmos ensinar da mesma forma que nós aprendemos há 10, 20, 30 anos atrás na nossa fase escolar. Só que esse choque de gerações não possui uma “receita de bolo” para decifrar, é um tema delicado, necessita de muito estudo comportamental, está em constante alteração e não é debatido na maior parte das faculdades de licenciatura. Concorda?
Depois de anos de estudo da equipe pedagógica da Extraclass, grupos de estudo com professores de várias disciplinas, vivência em sala de aula, bate papo com gestores escolares e visitas à faculdades chegamos à conclusão que algumas ações, por mais simples que forem, fazem sentido no modelo de aula que os jovens esperam. Ou seja, podemos fazer uma análise de expectativa x realidade e trabalhar de uma forma mais harmônica e sadia dentro da sala de aula.
Vou explicar essas ações discutidas constantemente dentro da Comunidade da Extraclass e com isso você refletirá sobre como melhorar a qualidade da sua aula.
1. Compartilhamento de experiências. Nós professores trabalhamos muito solitários. Planejamos as aulas, montamos atividades, desenvolvemos avaliações, escrevemos projetos muitas vezes sozinhos. Quando entramos em sala de aula e fechamos a porta mais uma vez somos o único profissional. Sempre solitários. Mas você já percebeu o quanto que aprendemos ao compartilhar, discutir e receber feedback de outros profissionais? Por que não conhecer o trabalho de outro professor da mesma disciplina e ver como ele trabalho determinado assunto? E os mesmos desafios diários são vivenciados por muitas escolas. Então por que não compartilhar nossas experiências, dificuldades e inspirações?
2. Ter um mentor. É uma tática para chegar na sua melhor versão como professor. Mentor pode ser uma palavra nova para você mas é aquela pessoa que te inspira, que vai de fato te aconselhar, assessorar nas suas tomadas de decisão e naquilo que você precisa de conselho para se sentir mais seguro para se desenvolver e evoluir pessoalmente e profissionalmente. Se você notar no esporte isso é muito comum! Por exemplo, no tênis você tem o Guga com o Larri Passos que foi o grande mentor profissional dele nessa trajetória de alto desempenho. Ou seja, o mentor é sempre uma pessoa experiente, embasado em teorias e vivenciou na prática aquilo que instrui. Por isso que muitos coachs, mentores ou técnicos são ex atletas. Então para alcançar nossa melhor versão na profissão podemos contar com a ajuda de um mentor.
3. Entender qual é o seu o ponto forte e qual o ponto fraco. A partir do momento que fazemos uma análise pessoal e trabalhamos o auto conhecimento conseguimos enxergar onde podemos melhorar e buscar mais conhecimento para superar. E no que você já é bom, podemos fazer mais! Além de ensinar outros profissionais! E muitas vezes podemos trabalhar em time, observe que disse time e não equipe, porque dentro de um time nós temos pessoas diferentes, com qualidades distintas, funções individuais e que trabalham em harmonia em prol de um mesmo resultado. A próxima vez que for assistir um jogo de futebol pela TV preste atenção na escalação, existem várias posições, e note durante o jogo a função de cada um. Você acha que foram escolhidos pelo técnico ao acaso? Não, na verdade são treinados de acordo com seus pontos fracos e pontos fortes e todos se complementam. Que tal trabalhar em time, fazer a sua parte e contribuir com suas qualidades para um único objetivo?
4. Estudar e aprender mais sempre. Escutamos vários gestores escolares e um mesmo item foi levantado e discutido por muitos, a dificuldade de promover a formação continuada dos educadores. Geralmente as reuniões e formações são durante a semana ou aos sábados pela manhã e a frequência dos professores é quase sempre baixa ou descontínua, o que dificulta a formação. Dentre as muitas justificativas observamos que de fato os professores trabalham em mais de uma escola e com isso os encontros presenciais são dificultados pela falta de tempo ou por coincidência de horário. Por outro lado, uma característica forte desses profissionais é a constante busca por novos conhecimentos pois precisam sempre estarem atualizados para contextualizar suas aulas. Ligue o botão da curiosidade e seja então um constante estudante!
5. Se permita mudar. De acordo com Alwin Toffler, os analfabetos do século XXI não são aqueles que não podem ser e escrever, e sim aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender. Não adianta você refletir sobre sua prática e aprender com o outro se você de fato não transformar o que você tem feito no dia a dia. Se o Anderson Silva por exemplo, tiver assistido a luta de todos os profissionais, observado os pontos fortes e fracos, mas na hora que ele entrar lá no octógono não colocar em prática toda a estratégia aprendida não vai surtir resultado e fracassará. Note que o mundo evoluiu, a internet tem transformado as relações principalmente entre professores, alunos, pais e a comunidade escolar e pode fazer mais pela educação. E você, como profissional, precisa aprender, experimentar, vivenciar, precisa vencer paradigmas, romper de fato a comodidade e tentar algo novo.
E aí, vamos inovar por todas essas práticas em ação para transformar a educação?
- Por Equipe Labor