“Tanto do ponto de vista quantitativo, como qualitativo, nunca houve proporcionalmente tantas pessoas autoras e dependentes das decisões e escolhas de tantas outras pessoas na sociedade contemporânea. Os sistemas culturais e o conhecimento tornam-se cada vez mais pilares importantes dos processos decisórios. Intrínseca a esses sistemas, a educação escolar deve gerar as condições que fortalecem as capacidades e competências das pessoas para decidir”. O trecho do livro “Princípios da Administração”, de Peter Drucker, é de 1999. Vinte anos depois, a sociedade ainda busca os melhores caminhos para transformar os processos educacionais. Nos últimos anos, a educação orientada para o protagonismo ganhou olhar mais atento dos gestores, professores e da própria comunidade.
Toda essa reflexão passa, invariavelmente, pelo estabelecimento de uma política de gestão participativa no ambiente escolar. Uma metodologia que envolva pais, comunidade, alunos e outros formadores de opinião; que transforme a sala de aula em um espaço acessível a todos, capaz de formar cidadãos éticos, capazes de comandar o futuro do país.
Gestão participativa: por que pensar nela?
Compartilhamento de poder. Assim podemos traduzir o conceito de gestão participativa. No espaço educacional, significa que todos os representantes da sociedade podem opinar, decidir e colher os frutos gerados a partir das ações escolares.
Mas esta gestão só vai funcionar de forma efetiva se houver interesse, acolhimento e divisão de responsabilidades. Qual é o papel da escola? Qual é o papel dos pais? Do estado, do poder público, das organizações privadas? De que maneira todos podem apoiar a transformação da gestão escolar?
São muitas perguntas e as respostas aparecem ao longo do caminho. O que a sua escola precisa para começar um processo de gestão participativa?
No livro “Gestão Participativa: como fazer”, a Labor Educacional faz uma leitura abrangente dos desafios, oportunidades e também dos aspectos legais relacionados ao tema. Nos próximos artigos do blog, vamos trazer alguns destes pontos para que você, gestor, comece a trilhar seu próprio caminho em busca de resultados que façam a diferença na educação e no mundo. Chame os professores, convide os pais e a comunidade para darem sugestões. Toda contribuição será bem-vinda!
Para começar, deixamos alguns apontamentos iniciais. Esperamos que eles sejam úteis como reflexão e guia inicial para suas atividades de gestão. Bom trabalho!
1. Sensibilização da comunidade
Qual a relação da sua escola com a comunidade? Que caminhos podem ser tomados para mudá-la? Se antes a escola era tida como um espaço fechado, para transmissão de conhecimento, hoje adquiriu o status de ambiente aberto para todos. A tarefa de sensibilizar a comunidade em busca de maior participação nas decisões estratégicas não é simples: requer paciência, muitos diálogos e convites regulares. Hora de chamar pais e representantes da comunidade e simplesmente ouvir o que eles pensam sobre a sua escola. A partir daí será possível iniciar um diagnóstico para transformar a sua gestão.
2. Motivação da comunidade
Para começar esta nova forma de aproximação, é preciso criar estímulos. Sabemos que muitos pais não têm tempo, vivem em rotinas atribuladas, por isso é tão importante criar maneiras de trazê-los até a escola. Convide-os para participarem de mutirões, organização de eventos escolares, apresentações temáticas – pense em oportunidades que não têm ligação direta com o processo pedagógico, mas que abrirão as portas para a criação de novos laços sociais.
Quer saber mais sobre gestão participativa? Converse com a Labor. São 27 anos desenvolvendo projetos para transformar a educação no Brasil. Você também pode ser um apoiador: conheça nossos programas e faça sua contribuição.
- Por Equipe Labor