Sendo a escola um espaço de vivência e desenvolvimento entre crianças, adolescentes, educadores/as e toda a comunidade escolar — entende-se que esse espaço é um ambiente essencial para o fortalecimento de políticas socioafetivas em prol da saúde mental de crianças, adolescentes e todos/as os/as envolvidos/as no processo educacional.
É uma pauta urgente refletir o âmbito escolar como um espaço estratégico para a realização de ações que visam promover a saúde mental, bem como a geração de ações protetivas e de redução de riscos sobre esse assunto.
A comunidade escolar e principalmente os/as educadores/as e as famílias têm papel fundamental na percepção sobre cada um/a de seus/as alunos/as. Sim, sabemos que é desafiador atentar-se às relações socioemocionais além de ensinar e mediar várias outras demandas educacionais. Por outro lado, quando falamos sobre saúde mental na educação, também falamos sobre educadores/as! Afinal, as adversidades — de cunho mental ou não — impactam diretamente no processo de ensino e aprendizagem, nas relações escolares e sociais.
Não podemos deixar de falar dos efeitos que a pandemia causada pelo vírus COVID-19 deixou e tem deixado. Já são quase três anos influindo no processo de saúde mental de toda a sociedade e, em destaque, das crianças e adolescentes que tiveram seu desenvolvimento biopsicossocial afetado.
Portanto, é urgente estabelecer práticas e ações educativas frente à prevenção e à promoção da saúde mental na escola, entendendo as intervenções como as maiores facilitadoras da identificação precoce de sintomas prejudiciais à saúde mental. Assim, para a promoção de uma saúde mental plena:
— Ensine sobre os sentimentos e autoconhecimento! Dê valor às emoções expressadas e converse sobre as suas sensações e reações.
— “Ele/ela está bicudo/a ou é só uma birra dele/a” são frases que demonstram pouco valor às emoções das crianças e que, com o tempo, podem fazer com que meninos/as reprimam seus sentimentos. Tais atitudes podem ter reflexos lá na frente, na adolescência, período em que é comum que garotos/as se tornem mais fechados(as) emocionalmente e é uma fase de atenção a aspectos de saúde mental.
— Seja exemplo: em uma situação de raiva, a primeira atitude que temos inconscientemente é explodir, gritar, extravasar o sentimento. Mas podemos ter uma atitude mais assertiva. Pare, reflita e respire, sua atitude pode causar marcas significativas no futuro das crianças e adolescentes.
— Devemos lembrar que crianças e adolescentes aprendem muito pela observação do cotidiano, das relações e seus comportamentos. Portanto, um/a adulto/a que sabe identificar, expor e lidar com as suas emoções será certamente uma boa referência.
— Outra forma de ajudar as crianças e adolescentes a compreenderem suas emoções é incentivando a leitura, principalmente de livros que abarcam diversidade em amplo sentido. A identificação com os/as personagens pode ser um fator fundamental para o entendimento dos próprios sentimentos e relações sociais.
A educação e a saúde mental devem caminhar juntas, pois uma é a geradora de transformação da sociedade e a outra mantém o equilíbrio em todos as instâncias no que diz respeito à humanidade. Vamos juntas e juntos lutar por uma promoção de uma educação que entenda a importância e priorize esse tema?!
- Por Jenniffer Cornélio - Educativo Piraporiando