Labor Educacional

Educar para formar cidadãos: uma conversa sobre o sucesso

Para você, o que é um aluno de sucesso?

Tanto se fala no protagonismo dos alunos, mas ainda há perguntas sem resposta. Qual é o papel da escola e qual é o papel da família na educação? Quais barreiras devem ser ultrapassadas para desenvolver crianças protagonistas de seu sucesso?

No artigo sobre Atividades da Vida Diária (AVD´s), explicamos por que novas metodologias vêm sendo aplicadas para o ensino das disciplinas regulares. Mais do que inovação, elas carregam a missão de levar aos alunos conceitos importantes sobre vida em comunidade, sociedade, responsabilidade e ação. Só que nada disso funcionaria adequadamente sem a aquisição de competências emocionais – e a escola também faz parte desta preparação.

É na sala de aula, no convívio com professores e colegas que as crianças vivenciam experiências positivas de motivação, sucesso, realização. Também não há como fugir das experiências contrárias: sensação de fracasso, perda de motivação, ausência de sentido para os estudos. Todas estas vivências fazem parte da formação de competências emocionais dos seus alunos. Este é seu papel enquanto educador: acompanhar os alunos nesta cruzada que envolve conhecimento, dedicação e desenvolvimento de habilidades.

O que é sucesso na escola?

Para muitos, um símbolo de sucesso é o aluno que sempre tira boas notas, não falta às aulas e relaciona-se bem com colegas e professores. Respeita hierarquias, compreende seu papel no processo e participa ativamente dele.

Mas este é o mundo ideal. Na prática, há excelentes alunos com dificuldade de concentração – são inteligentes mas isso não se reflete nas notas. Também há aqueles que, por mais esforçados que sejam, apresentam algum déficit de aprendizagem. Em qualquer dos casos, o acompanhamento da escola é diário: o sucesso tem a ver com um conjunto de fatores positivos, não somente com boas notas ou comportamento exemplar.

Um aluno que passa o ano com notas baixas em uma disciplina e consegue se recuperar no último período é um exemplo de sucesso. Ainda que tenha suas dificuldades, ele se esforçou, teve acompanhamento intensivo e concluiu o ano letivo na média.

Trabalhar pelo sucesso e comemorar todas as pequenas conquistas contribui para formar cidadãos melhores!

Veja o que diz o psiquiatra americano William Glassner, especialista no trabalho com adolescentes e adultos marginalizados:

“Pouquíssimas crianças chegam fracassadas à escola e nenhuma delas traz consigo a dor do fracasso; é a escola, e somente a escola, quem prega nas crianças o rótulo do insucesso. (…) Sejam quais forem os seus antecedentes, as crianças chegam às escolas altamente receptivas ao aprendizado. (…) Minha maior contribuição até agora, talvez tenha sido o fato de perceber que o principal problema das escolas é o problema do fracasso. (…) Se não pudermos proporcionar escolas em que as crianças, através do emprego razoável das suas capacidades, possam vencer, pouco faremos para solucionar os principais problemas do país.” – Proposta Pedagógica Labor – Fascículo 7- p.29

Diante disso, após esta pequena conversa, fica o nosso convite: vamos pensar em formas de estimular os alunos para o caminho do sucesso? Quando adquirimos a percepção de que cada indivíduo tem uma boa história à sua espera, que cabe a nós auxiliá-lo a encontrar esta história, o sucesso é apenas consequência.